so:text
|
Pois em mim mesma eu vi como é o inferno... p. 143 E porque minha alma é tão ilimitada que já não sou eu, e porque ela está tão além de mim - é que sempre sou remota a mim mesma, sou-me inalcançável como me é inalcançável um astro... p. 146 O mistério do destino humano é que somos fatais, mas temos a liberdade de cumprir ou não o nosso fatal: de nós depende realizarmos o nosso destino fatal... mas de mim depende eu vir a ser o que fatalmente sou... p.148 E não preciso sequer cuidar da minha alma, ela cuidará fatalmente de mim, e não tenho que fazer para mim mesma uma alma: tenho apenas que escolher viver. Somos livres, e este é o inferno. p. 148, Clarice Lispector, In: A Paixão Segundo GH, 5 ed. Rio de Janeiro, J. Oliympio 1977 páginas diversas (pt) |