Mention697166

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so:text A América é assim: uma cultura de equívocos, sempre assustada das coisas erradas. A verdade é que há muitos homens nojentos de meia-idade por aí à solta, desejosos pelos vossos filhos. Trabalham para a MTV, para a indústria farmacêutica, para o McDonald's, para a Marlboro e para a K Street. E, recentemente, um enxame de estranhos tem entrado nas escolas e atraído as nossas crianças para a morte. Chamam-se recrutadores militares. O mês passado foram recrutados mais jovens americanos para o Iraque do que nos últimos três anos juntos. E o escândalo é que o Mark Foley quer que eles se divirtam antes de partirem? Quando é que os nossos congressistas gays não assumidos vão aprender a lição? Os nossos rapazes não se podem divertir. São pólvora de canhão. Não podem usar uma cama para fazer sexo, mas para estarem em coma por causa da guerra do Bush. Se ouvir um fecho, é bom que seja o de um saco com um cadáver. Por que não estão os democratas e a comunicação social a falar todos os dias sobre quem estamos a lutar ali e qual é o plano? É verdade que o Mark Foley não devia ter perguntado a adolescentes qual era o tamanho dos pénis deles, mas pelo menos alguém do congresso fez perguntas. Nós é que somos os predadores. Porque existe um setor económico inteiro que consiste em perguntar aos jovens o que querem, fabricar a versão mais barata e sem qualidade que eles aceitem e vendê-la até que eles sufoquem naquilo e morram. Sabem quem está a agarrar os vossos filhos quando são demasiado novos? A Merck, a Pfizer e a GlaxoSmithKline ao convencerem os pais que os filhos estão deprimidos, hiperactivos ou a sofrer de défice de atenção para que todos tenham de tomar medicamentos. Os traficantes de droga que estão a fazer dos vossos filhos viciados não estão na América do Sul, estão nos corredores do Congresso a distribuir donativos às campanhas políticas dos vossos congressistas. O Mark Foley diz que nunca dormiu com aqueles miúdos e eu acredito nele, porque as crianças americanas estão tão drogadas com comprimidos que duvido que conseguissem fazer alguma coisa. Entre 1995 e 2002, o número de crianças que tomam medicamentos antipsicóticos aumentou em quase 400%. Ou as nossas crianças estão a ficar loucas, o que podemos considerar um problema, ou, o mais provável é que, para conseguirmos lucro, criámos uma nação de pequenos drogados. Por isso, parem já com a vossa indignação moral contra predadores: o país inteiro está a tentar aliciar os vossos filhos porque eles têm o dinheiro que os papás lhe deram para não os chatearem. Não me importa se o Mark Foley pediu aos miúdos para descreverem os seus pénis porque tenho más notícias: os vossos filhos estão tão alheios a tudo por causa dos Cheetos e das bebidas açucaradas que nem sequer conseguem ver os seus pénis. Vivemos num país onde o melhor consumista é um rapaz obeso de 16 anos viciado em refrigirantes e na PlayStation. Há tantos miúdos viciados em gordura que parece que o Rush Limbaugh teve uma manada de cachorrinhos. Em conclusão, podemos fingir que a maior ameaça "aos nossos filhos" é um tarado na Internet, ou então podemos admitir que é a mãe e o pai. Porque, quando o vosso filho não consegue dizer onde fica a França num mapa, ou tocar na merda dos dedos dos pés, ou compreender que os anúncios na televisão estão a mentir , então as pessoas que os estão a lixar são vocês. (pt)
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